É impossível não falar novamente do concerto de ontem à noite. Eu já assisti ao vivo a alguns concertos de fadistas maravilhosas, como Mariza, Cátia Guerreiro, Cristina Branco, Carminho, e cada uma delas me impressionou à sua maneira, deixando cá dentro um cada vez maior apreço por esta nossa canção património mundial da humanidade. Fui mesmo ganhando a certeza de que os fadistas não são todos iguais, não cantam todos da mesma maneira, mesmo quando partilham alguns dos mais reconhecidos fados, e a voz de Amália, por entre os versos e as notas, impõe-se aos ouvidos dos mais conhecedores e atentos. A verdade é que estas fadistas (e outros, como Gisela João, Camané,...) têm mostrado que são contributos relevantes para o fado que se canta no século XXI e que, graças a elas, se continuará a cantar e a ouvir pelos anos vindouros. No entanto, a Ana Moura excedeu todas as minhas expetativas. Arrepiou-me. A sua voz é de uma vibração, de uma sensualidade, de um calor, de um intimismo, de uma harmonia e força... singulares. Ela aqueceu o Teatro, o coração e a alma de uma audiência muito interessada, muito atenta e, principalmente, expectante. Falo por mim. E não defraudou, surpreendeu, emocionou. É caso para se dizer «Ainda é melhor ao vivo...». Acho mesmo que não será exagero afirmar que esta mulher eleva o fado a outra dimensão, onde reconhecemos a tradição, sem dúvida, mas também uma contemporaneidade que cativa sobremaneira.
Foi mais um concerto memorável. E eu trouxe comigo este «Amor Afoito»...
Foi mais um concerto memorável. E eu trouxe comigo este «Amor Afoito»...
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