Se eu gosto de acordar cedo? Sim. Se adoro manhãs bem aproveitadas, de preferência, ao ar livre? Sem dúvida. Se amo as cores da natureza ao amanhecer de um dia cheio de sol? Claro. Se me apaixona ver uma cidade a acordar? Decididamente. Se sou capaz de ver a beleza e sentir o aconchego de uma manhã cinzenta e chuvosa? Oh! Não duvidem. Se já sorri perante uma manhã cheia de bruma e friorenta? Podem crer que sim. Se já tinha refletido sobre a MANHÃ nos mesmos termos que Henry David Thoreau o faz em «Walden ou a vida nos bosques», publicado em 1854? Não...
«A manhã, o período mais
memorável do dia, é a hora do despertar. Há então menos sonolência em nós; e
pelo menos durante uma hora, parte de nós, que dormita o resto do dia e da
noite, desperta.»
«(…) todos os acontecimentos
memoráveis sucedem de manhã, em atmosfera matutina. Os Vedas dizem: «Todas as
inteligências acordam com a manhã.» Poesia e arte, assim como as mais belas e
relembradas ações humanas, datam dessa hora. Todos os poetas e heróis, como
Memnon, são filhos da Aurora e emitem as suas músicas ao raiar do sol. Para
aquele cujos pensamentos flexíveis e vigorosos acompanham o ritmo do Sol, o dia
é uma perpétua manhã. Não importa o que dizem os relógios ou as atitudes e
ocupações dos homens. É manhã quando acordo e há em mim um amanhecer.»
(Excertos das pp. 106 e 107 de Walden, Henry David Thoreau, editora Antígona; Foto de Google)

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