quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Sobre as verdades incontestáveis...

No outro dia li algures que não se pode iniciar um novo capítulo da nossa vida se continuamos a reler o anterior. Isto é tão verdade.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sonoridades

Depois do dilúvio da noite passada... a voz melodiosa e bonançosa de Ella Fitzgerald interpretando «Into each life some rain must fall».



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cinema

Em fins de tarde cinzentos, o cinema é a melhor ida à praia que conheço.

«Poucas vezes na minha vida tive momentos de absoluta clareza. Quando por alguns breves segundos o silêncio afoga o ruído. E eu consigo sentir. Em vez de pensar. E as coisas parecem tão nítidas. E o mundo parece tão fresco. É como se tudo se tornasse real. Nunca consigo que esses momentos durem. Agarro-me a eles, mas como tudo eles esfumam-se. Eu vivi a minha vida desses momentos. Eles trazem-me de novo ao presente. E compreendo que tudo é como deve ser.»

Do filme «A Single Man» (2009), de Tom Ford.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sobre a ausência...

 DEPOIS DUM SONHO

Não deixaste o deserto mas
árvores na casa Em sonho és
o sedutor arbusto refletindo
para sempre o meio-dia O sol
porém desfaz-se quando as pálpebras
num ardor se entreabrem e te ocultas
nos ângulos do quarto Ausente
és pois o centro
feroz da minha vida transitas
como serpente fria no ventre
contraído escondes-te na
floresta que sem cessar se expande
onde dormíamos E erras
nos limites duma casa
destruída por raízes
 
(in Rua de Portugal, de Gastão Cruz - poeta, professor, tradutor, encenador, crítico literário português, nascido em Faro, em 1941)

(Imagem do Google)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mesmo a propósito... Eheheh!


Fez-me lembrar o conteúdo da publicação abaixo...



(Imagem retirada da página «The New Yorker» do Facebook)

Cinema

          Gosto do Joaquin Phoenix em qualquer versão, até mesmo com o bigodinho um pouco assustador com que protagoniza o filme «Her», de Spike Jonze (2013). Um filme que aborda a mais interessante capacidade que o ser humano tem, a de amar. Até uma voz, uma ideia. Apesar de a ação se desenrolar num futuro próximo, reconhecemo-nos desde logo no papel gigantesco que as novas tecnologias assumem na vida das personagens, conectando-as com o que está distante, mas alienando-as do que se encontra mesmo ao seu lado. No ambiente sufocante e frígido de uma grande cidade, as pessoas passam umas pelas outras apressadas e concentradas nas vozes que ouvem através dos auscultadores, com as quais conversam constantemente, dando ordens, ouvindo conselhos e estabelecendo muitas vezes relações mais íntimas do que com os seres de carne e osso com quem se cruzam ou partilham o dia a dia. É assim que Jonze cria um mundo onde desenvolver uma amizade com um SO (sistema operativo) ou mesmo apaixonar-se por ele é perfeitamente normal. É uma nova forma de amar e, por momentos, percebemos que pode ser bem sucedida e feliz, apesar da ausência de um rosto ou de um corpo que concretize a voz amada. Até porque é uma forma mais fácil de amar. A verdade é que os seres humanos são mais difíceis de amar, nem sempre se aceitam incondicionalmente, dececionam-se facilmente, mudam com o passar do tempo, acusam, fazem exigências impossíveis, ocupam demasiado espaço... Um SO é mais obediente, simples, pouco espaçoso, cativante... Só que um SO evolui diferentemente do ser humano. «Ensinámo-lo» a amar, mas a sua capacidade de amar não se satisfaz com a exclusividade que os humanos impõem ao amor romântico. Um SO, depois de aprender a amar, ama mais e cada vez mais... pessoas. E o amor romântico, tal como concebido por nós, não aceita tamanha pluralidade e dispersão...