Não deixaste o deserto mas
árvores na casa Em sonho és
o sedutor arbusto refletindo
para sempre o meio-dia O sol
porém desfaz-se quando as pálpebras
num ardor se entreabrem e te ocultas
nos ângulos do quarto Ausente
és pois o centro
feroz da minha vida transitas
como serpente fria no ventre
contraído escondes-te na
floresta que sem cessar se expande
onde dormíamos E erras
nos limites duma casa
destruída por raízes
(in Rua de Portugal, de Gastão Cruz - poeta, professor, tradutor, encenador, crítico literário português, nascido em Faro, em 1941)
(Imagem do Google)

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