terça-feira, 1 de abril de 2014

Das minhas leituras

          Ainda não (re)leram As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino? Pensem nisto com carinho! Por fora, é um livrinho. Por dentro,  tem o tamanho de um grande império. Deixou-me com a vontade de me voltar a perder por uma paisagem urbana, revisitada ou descoberta pela primeira vez... Ainda mais quando toda a narrativa desperta em nós a ideia de que uma cidade não se esgota naquilo que se vê. Ela é também aquilo que não é, aquilo que ela própria aspira a ser ou que nós imaginamos ser. E é, de facto, a imaginação que, neste livro, faz xeque-mate no jogo de xadrez em que se torna cada cidade que vive na memória do viajante.

(Esta edição é a da «Biblioteca Sábado»)

««[…] cada homem traz na mente uma cidade feita só de diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, e são as cidades particulares que a preenchem.» (p. 38)

«[…] nunca se deve confundir a cidade com o discurso que a descreve.» (p. 67)

«[…] juntarei peça a peça a cidade perfeita, construída de fragmentos misturados com o resto, de instantes separados por intervalos, por sinais que alguém manda sem saber quem os apanha.» (p. 177)

 

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