Aproveito a interrupção letiva da Páscoa para imprimir às minhas leituras um ritmo mais rápido. Até agora, terminei estes três livrinhos, cada um deles imprescindível à sua maneira no currículo de qualquer leitor brioso. A meio está a minha primeira experiência no universo romanesco lispectoriano (de Clarice Lispector). Depois, farei referência a esta.
«Não, não sou eu que esgoto o tempo, é ele que se perde dentro de mim. Não sou eu que recordo os sítios, são eles os únicos a realmente subsistir e reviver – não é a memória, afinal, a aprendizagem do invisível? (Marcello Duarte Mathias, «No Devagar Depressa dos Tempos»)
quarta-feira, 16 de abril de 2014
domingo, 6 de abril de 2014
Cinema
Da boca de Sophie Scholl, no filme «Sophie Scholl - Os últimos dias», de Marc Rothemund, 2005.
«O amor em estado livre é uma coisa maravilhosa! [...] Estivemos no Mar do Norte, em Karolinensiel. Partíamos num barquito de pesca logo ao raiar da alvorada; à tardinha passeávamos de carroça pelos baixios; à noite cantávamos e falávamos de paz. Não havia soldados à vista; não havia aviões nem bombas. Apenas o mar, o céu... o vento e os nossos sonhos.»
terça-feira, 1 de abril de 2014
Das minhas leituras
Ainda não (re)leram As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino? Pensem nisto com carinho! Por fora, é um livrinho. Por dentro, tem o tamanho de um grande império. Deixou-me com a vontade de me voltar a perder por uma paisagem urbana, revisitada ou descoberta pela primeira vez... Ainda mais quando toda a narrativa desperta em nós a ideia de que uma cidade não se esgota naquilo que se vê. Ela é também aquilo que não é, aquilo que ela própria aspira a ser ou que nós imaginamos ser. E é, de facto, a imaginação que, neste livro, faz xeque-mate no jogo de xadrez em que se torna cada cidade que vive na memória do viajante.
(Esta edição é a da «Biblioteca Sábado»)
««[…] cada homem traz na mente uma cidade feita só de diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, e são as cidades particulares que a preenchem.» (p. 38)
«[…] nunca se deve confundir a cidade com o discurso que a descreve.» (p. 67)
«[…] juntarei peça a peça a cidade perfeita, construída de fragmentos misturados com o resto, de instantes separados por intervalos, por sinais que alguém manda sem saber quem os apanha.» (p. 177)
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